SIGLA

Sociedade Inter-regional Gradualmente Libertada do Anonimato

14 dezembro, 2005

"Não vale Roletas!" - Episódio I

Foi numa tarde de Inverno que tudo começou.
Estava no café Caravela, sentado, a beber aquela chavena de chá de camomila e urtigas ao mesmo tempo que ouvia um qualquer dos grandes êxitos de charming punk rock dos i-Glamour.
Já não comia uma sande de torresmos havia três dias, era verdade! Mas nem isso se igualava ou me faria sequer imaginar a série de acontecimentos que se viriam a desencadear.
A história começa ali mesmo.
Ora estando eu a olhar pelo canto da rameleira reparei numa catraia assim com uma indumentária a´modes que a roçar o desnudado e no mesmo instante vi-o...
Aquele braço caído e a sua mão com o tique caracteristico de quem está a puxar rateres a uma Famel - motor 2 tempos: o punho fechado e muito tenso como que a agarrar em algo e o imponente movimento de pulso.
Era ele, Zé "Roletas".. alcunha que fizera esquecer o seu nome que já só pode ser lido, no seu Bilhete de Identidade. Era ele sim, e vinha ao meu encontro.
Mesmo antes de falar, estendi-lhe a minha mão em gesto de cumprimento com um rapido aperto de mão, antes que ele me torcesse o braço com um dos seus tiques de pulso..
O Zé era uma personagem lá do Bairro. Era, porque ultimamente já não se deixava ver muito por estas paragens. Fora anos antes, o Campeão Inter-Regional de Bairros, em Matraquilhos.
Sim, Matraquilhos! (Agora já percebem a origem do tique..)
O homem era uma máquina, um Aquiles do Matreco, mas sem o calcanhar! Um colosso! Ferocissimo no meio/ataque. Inventor da virgula com semi-simulação pela direita, entre outros...
O Zé era um mito. Nos primeiros tempos tudo bem. Ao Bairro chegavam brutas Casal Boss com matricula de um Concelho estrangeiro trazendo Agentes Desportivos da Matraquilhada vindos dos 4 cantos do distrito, com propostas aliciantes. Mas o Zé queria mais... queria sempre mais.
E muito se falou do Zé lá no Bairro, o seu nome era ouvido para lá do Pinhal Novo até terras de Setubal.. ele enchia os Headlines dos mais prestigiados boletins semanais das Sociedades lá da zona. Há rumores de que chegou, nos seus gloriosos dias, a aparecer no DESTAK, mas nada confirmado.
Sim! Era esta lenda viva que acabara de me estender a mão e de se sentar ao meu lado naquela mesa de café.
- "Boa tarde Leonardo..", disse-me ele e de imediato senti amargura na sua voz, ou talvez fosse apenas o seu bafo a alho com azeite tao conhecido das Iscas, iguaria que Zé "Roletas" adorava.

Leonardo d´Ávintes: "Boa tarde Zé. Então?.. Epah, tás crescido Zé. Atão e a tua.."

Zé "Roletas": "Leonardo, temos que falar... Preciso de ajuda...."

Eu adivinhara. Algo de mal se passava com o Zé e eu estava a um passo e meio de descobrir.
É verdade, e eu que já não comia uma sande de torresmos á três dias...





(continua...)

1º Manifesto da SIGLA - Agradecimento

Antes de mais e se estes me permitirem, dedico a obra romantico-brejeira que de seguida inicio, aos idolos musicais do Charming Punk Rock, os i-Glamour. Um especial bem haja ao Talk Talk que através das suas obras épicas me serviu de motivação para voltar a escrever e para que assim a SIGLA prossiga humildemente com os seus objectivos absurdos... mas com charme!





Um Abraço deste cavaleiro da SIGLA

Leonardo d´Ávintes