SIGLA

Sociedade Inter-regional Gradualmente Libertada do Anonimato

19 agosto, 2005

Uma questão de medidas..

Era Terça-feira de manhã, bem cedo e já eu estava no Café Caravela, sentado na mesa do costume. Nesse dia seria sem duvida, um dos primeiros clientes...
Os acontecimentos passados davam-me que pensar.
Fazia já três dias desde o sucedido e ainda assim o assunto continuava a fazer-me cócegas na consciência.

Á três dias atrás, num final de tarde, uma das “affaires de l´amour” de Leonardo d´Ávintes, de nome Joana Matrafona fora surpreendida no seu quarto pelo seu pai enquanto enfiava uma régua de 50cm pela goela abaixo.
Ora o pai vinha com a mãe que por sua vez vinha com a dona Alzira que é prima da Francisca Grafonola, sendo esta ultima descendente de uma pura linhagem de implacáveis alcoviteiros, pelo que, a história se espalhou...

Havia quem dissesse que a menina Joana andava a treinar para ir pó Circo, assim a modos que a pensar numa carreira como Fakir, Engolidora de Guarda-chuvas ou coisa que o valha.

Mas os mais bem informados sabiam que a verdadeira razão era outra, facto confirmado mais tarde pela Agência Lusa: Joana Matrafona estaria naquele momento de “descontracção” a tentar desvendar, em centrimetros, a medida do “atributo” de Leonardo d´Ávintes, enfiando assim a régua pela goela abaixo até esta chegar ao “local”, procedendo de seguida a tiragem da medida...

Tudo isto se passara mas eu, Leonardo d´Ávintes ainda pensava muito no caso...
Dava-se-me uma apertadeira no coração quando pensava na pobre rapariga. “Aquilo era amor, caramba!”, pensei.
Ahhh... ainda me lembra de quando a conheci num dia grande de Verão.. ainda me lembra das noites passadas a cheirar o seu perfume de coentros/noz-moscada/couve de bruxelas enquanto escutava o tema do Marco Paulo com o seu nome.

E era verdade!.. “Ohh Joana!.. Pensar que estivemos tão perto...”


Perturbado, acendi o cachimbo e em duas ou três baforadas o meu estado de espirito amainou. No meio de uma névoa de fumo e de um sorriso discreto, pensei em voz alta, tentando me animar:

“Catano! 50 centimetros.. nem é tão mau assim!...”

15 agosto, 2005

Perfis..


Almeida Raquete

Almeida Raquete é um dos fundadores da grandiosa SIGLA, sociedade que muito orgulha este valente guerreiro dos “matrecos”. A sua edumentária habitual baseia-se em, tenis da Sanjo de cor branca, meias brancas com o Brasão da família (duas raquetes), calção beje até ao joelho com enumeros bolsos, que dão muito jeito na caça aos pardais, T-shirt presa nos calções a mostrar o cinto com a fivela dourada com o Brasão da família, boina com uma pena de pavão presa, premio que lhe foi atribuido no congresso regional de chanfana.

Almeida R. palmilha uma vasta zona a passear o seu fiel companheiro, Robi o seu cão de raça rafeiro alentejano, é com ele que Raquete divaga nos seus profundos pensamentos, naqueles pequenos passeios para o “chi-chi” ocorrem verdadeiras epopeias de sabedoria, reflexões intensivas sobre tudo e mais alguma coisa. Outro ponto onde ocorrem movimentos intelectuais de grande nivel é no café da zona, café “Caravela”, local de uma categoria ancestral, o pastel de bacalhau é divinal. Mas nem só de pasteis vive o Caravela, local de torneios distritais de sueca, de discussões culturais, políticas, tauromáquicas, futebolisticas, etc...

Almeida Raquete ao ser um dos fundadores da Sociedade inter-regional gradualmente libertada do anonimato expressa o seu desejo de um dia ser famoso, ser reconhecido na rua, dar autografos. Almeida R. acredita piamente que um dia vai ser famoso nem que tenha que inventar a máquina do tempo, ou participar num reality show.


Leonardo D´Ávintes

Jovem e valoroso membro da SIGLA. Sonhador, poeta Romanticó-brejeiro com influências de pós-barroco. Distinto no seu falar, quer pelo conteúdo das suas palavras quer pelo sotaque/entoação á “artista” que faz questão de seguir á risca quando fala no seu tom musical de rouxinol, misturando o Português e o Inglês em plena harmonia, tendo-se tornado este pormenor, a sua imagem de marca.

Famoso entre as mulheres. Revolucionário. Alternativo no seu genero e estilo. Pensador de mesa de café. Filosofo de ocasião. Amigo do cachimbo, do moscatel, do copo de 3, dos petiscos, da sande de torresmo e afins.. Assinante da revista “Mary”, da “TV Seven Days” e do “Board of´ Water”

De estatura média, arcaboiço de responso e um andar atarrecado estilo “dez pás duas” ou “um quarto pás três” (nos dias de maior calor quando a tomatada precisa de mais espaço..)

A sua indumentária habitual: a habitaual camisola larga já com ar bastante desgastado; calcinha justinha ao cú e aos testiculos assim como quem já prevê a pratica da “coça da micose” (confere mais proximidade/sensibilidade); Calça o 41, bota da CAT, com sola para gravilha, biqueira de aço inoxidável..

E alguns pormenores de luxo:

Sempre de cachimbo na boca (seu catalizador de pensamentos); k7 com os Maiores sucessos de Marco Paulo dos anos 80, sempre guardada no bolso de trás ; oculuzinho á piloto aviador, tal qual Tom Cruise em “Top Gun”.

Quando está frio acrescenta-lhe o seu blusão de pele castanhó-esbranquiçada, forrado a pele de ovelha por dentro, com o embelema da “Alfa Romeo” a servir de remendo no cotovelo esquerdo ou direito (não me lembra já bem..)

Cabelo cuidadosamente tratado, um tom de preto encerado, penteado á James Dean.

E para finalizar, a não esquecer.. a sua bolsa á tira-colo vermelha onde guarda todo e qualquer acessório possivel e imaginável...


São estes alguns dos traços fisicos e psicológicos de Leonardo d´Ávintes, homem de sabedoria e dedicada paixão á literatura, ao pensamento e ao jogo da sueca.

Ambiciona também a fama e a fortuna, o reconhecimento público e o sucesso.